quinta-feira, 27 de março de 2014

O Diário De Nina - O terror islâmico nos cadernos de uma menina soviética


Nina Lugovskaia  - autora - escreveu três diários no período de 1932 á 1937, expressando com vivacidade nas páginas toda sua muda rebeldia e a melancolia adolescente, Nina demonstra para seu fiel "amigo" sentimentos comuns que assombram todos nós, jovens com seus sentimentos á flor da pele, no entanto, o faz de maneira eficaz e detalhada, expondo os amores não-correspondidos na mesma página em que critica e se rebela contra a "democracia soviética".

Aquele período de fato não era fácil pra ninguém, o governo Stalin oprimia qualquer mínima ameaça e cometia assassinatos frios, atacando os "inimigos do povo", a população em geral vivia tensa e aterrorizada pelas medidas agressivas do tirano, poucos se revoltavam contra as medidas tomadas e procuravam expressar-se, mas oprimidos, acabavam depositando em folhas sentimentos revolucionários, Nina, com então 13 anos, desde o início expressou uma muda revolta expondo os fatos que á cercava e pintando de terror o que as pessoas á sua volta mexiam, decorando a realidade tensa e assustadora.

Seu ponto de vista não é 100% político, á uma mistura de uma garota séria e sensata com a jovem melancólica desesperada por viver mais do que as leis e as regras permitiam. Nina era corajosa e sincera com seus sentimentos e extremamente detalhista, sinceridade essa que á condenou, prendendo o resto de sua juventude pra sempre no regime assassino.

Em mim instalou-se uma revolta quieta, enquanto imagino o desespero daquela garota entre tanto terror, apenas procuro imaginá-la, com sucesso, uma vez que seus sentimentos assemelham-se aos que sinto constantemente.

Essa revolta que não me deixa muda e quieta.

Nina queria viver, não ser feiosa - como ela mesma se define em alguns trechos - ou "rejeitada" pelos rapazes e pela fraca sociedade que á envolvia, uma garota que odiava-se por dentro e por fora, no entanto, conforme o tempo lhe passava fica cada vez mais claro para o leitor seu amadurecimento, sua auto aceitação, brotando em nós, mudos ouvintes de suas confissões juvenis, uma compaixão, deliciosa harmonia pela autora inconsciente que seus diários seriam lidos por "intrusos", no entanto, á chegada do seu fim interno a revolta com seu destino asqueroso.

Ainda não me conformo com o fim brusco da voz de uma mente brilhante.

3 comentários:

  1. "Muda revolta", "voz de uma mente brilhante". Acho que essa duas expressões que você utilizou descrevem perfeitamente a nossa querida Nina. Sou apaixonada por esse livro que me marcou profundamente, é incrível como Nina consegue se expressar tão bem através das palavras e é infinitamente triste que ela tenha se fechado em si mesma pois não podia partilhar seus temores, raivas e inseguranças com ninguém. A cada linha eu queria entrar no livro e confortá-la, ajudá-la. Espero que ela saiba que não estava sozinha! :(
    Adorei a resenha, você transmitiu tudo muito bem *-*
    Debora
    Beijos!
    http://vanille-vie.blogspot.com.br/

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  2. Quando tinha 13 anos vi esse livro na biblioteca da escola e quis ler, mesmo não entendendo muita coisa sobre o período relatado no mesmo. Lembro de poucas coisas, mas fiquei chocada com algumas relevações de Nina e principalmente com as fotografias que o livro contempla. Gostaria de poder lê-lo novamente, porque só fui estudar sobre o período um ano mais tarde; gosto de livros que relatam sobre esses períodos horríveis da história.
    Beijos,
    Renata.
    viciadas-em-livros.blogspot.com.br

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  3. Mesmo com o tema meio intenso, esse é um livro que eu teria profundo interesse em ler, gosto de livros do tipo, que com certeza serve como enriquecimento para todos nós.

    Beijão!

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