O pedido ecoou provocando egos tristes no hall silencioso e abandonado, eu ainda podia ouvir o som opaco de seus sapatos batendo contra o piso enceirado do corredor, eu ainda conseguia visualizar com clareza seu rosto manchado pela maquiagem borrada, a saia do vestido erguido até seu joelho e o som baixo e embargado que escapou de sua garganta.
Mas eu não estava chorando.
Talvez fosse a obediência muda ao seu pedido escassez, ou a falta de esforço pra por pra fora toda a turbulência do meu estômago. Não. Era a raiva. Cega e muda. Minha vida havia escapado pela porta comprida e larga, suas bordas douradas que semelharam-se á ouro. Amarelo. A mesma cor das suas mexas.
Era alguma espécie de sinal?
Não chore, ela disse, não chore, por que eu não choraria? Que direitos tinha ela em me impedir de fazer a única coisa fácil, em todo esse redemoinho de loucuras? Que dever tinha eu em obedecer a única pessoa que destruiu todas as minhas defesas?
Eu não chorei.
Não por obediência ou dever, eu não chorei por necessidade, preservação, lutar pelo que vale é pena? Era essa a minha luta. Não chorar.
Com um suspiro de rendição evacuei lentamente, de volta pra estrada solitária.
Esse texto merece um oscar, como os outros que você faz, parabéns Kamila
ResponderExcluirowwnt sua linda brigada ;3
ExcluirAdoro ler seus textos ^^
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adoro ver seus comentário *.*
ExcluirMuito bom. As vezes é muito dificil não chorar... Nós não sabemos a força que temos até ter que segurar um choro, não é? Belo texto!
ResponderExcluirBeijos
Lari Alves,
http://justlanna.blogspot.com
Verdade :) e brigada
ExcluirGente, que lindo ♥
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Beijos ♥
<3<3<3
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